Ativar para ir para o player da Audima

Ministério da Saúde lança campanha de amamentação com foco na redução de desigualdades

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Estima-se que a amamentação seja capaz de diminuir em até 13% a morte das crianças menores de cinco anos por causas preveníveis. Pasta prepara, ainda, novo Programa Nacional de Amamentação

A amamentação é o único fator que, isoladamente, pode reduzir em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis. Para fortalecer ações em todo o país, nesta quinta-feira (1º), o Ministério da Saúde lança a Campanha da Semana Mundial da Amamentação 2024. Com o tema “Amamentação, apoie em todas as situações”, a iniciativa de conscientização está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável voltados à garantia da sobrevivência e ao bem-estar das crianças. O foco é a redução das desigualdades relacionadas ao apoio à amamentação. A pasta anuncia, ainda, o desenvolvimento do Programa Nacional de Promoção, Proteção e Apoio à Amamentação.

Foto: Rafael Nascimento/MS

“Quero deixar aqui o nosso compromisso como Ministério da Saúde de fazer realmente uma campanha mais uma vez vitoriosa no nosso país, rumo à meta dos 70% do aleitamento com leite materno até os seis meses. O Brasil é referência naquilo que a saúde publica mais sabe fazer: unir conhecimento científico, gestão e mobilização social”, destacou no evento a ministra Nísia Trindade. 

O governo federal reconhece as diferentes condições a que milhares de famílias estão expostas no dia a dia e que impactam na amamentação. Por isso, a campanha deste ano tem como objetivo garantir o direito à amamentação, com atenção especial às lactantes em situação de vulnerabilidade, além de apoiar a amamentação em estado de emergência, calamidade pública e desastres naturais. O Ministério da Saúde coordena nacionalmente essa iniciativa global, a principal ação de mobilização social em prol da amamentação.

No último mês, como parte do trabalho realizado pelo governo federal no Rio Grande do Sul, após a emergência das enchentes provocadas pelas fortes chuvas, o Ministério da Saúde enviou 63 litros de leite humano ao estado. Segundo a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, um pote de 300mL pode alimentar até 10 prematuros ou bebês de baixo peso. Nesse sentido, a doação foi fundamental para ajudar na alimentação e recuperação dos bebês internados nas Unidades Neonatais gaúchas. A medida reforça o objetivo da campanha, em sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de apoio à amamentação, especialmente em momentos de maior vulnerabilidade.

Taiame Adorno Rocha, 37 anos, é mãe de um bebê de dois meses. Casada há dez anos, ele conta que precisava dar de mamar e não compreendia o procedimento para posicionar o bebê de forma que ele fizesse o processo de sucção. “Aí me veio um desespero e pensei: agora não vou conseguir dar de mamar a ele. Mas aí chegou uma pessoa incrível, que é a Rosângela, enfermeira do Banco de Leite do Hran [Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília], e simplesmente me salvou. Ela me ensinou várias vezes, de madrugada, de tarde, como fazer. Com toda aquela aflição, do meu jeito, consegui amamentar”, narra a mãe.

Divulgação

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em torno de seis milhões de vidas de crianças são salvas a cada ano por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de vida. Em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a realização da Semana Mundial da Amamentação defende que a população seja informada sobre as desigualdades no apoio e prevalência da amamentação.

Novo programa vai fortalecer e integrar ações em todo o país

O Ministério da Saúde está trabalhando para lançar o novo Programa Nacional de Promoção, Proteção e Apoio à Amamentação, como parte de um dos eixos estratégicos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, a pasta reforça os princípios da amamentação como direito humano, do acesso universal à saúde, da equidade em saúde, da integralidade do cuidado e da humanização da atenção em saúde em todo o país.

O objetivo do programa, que está em fase final de pactuação com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), é fortalecer e integrar ações voltadas à temática em todo o país, incentivar que a amamentação tenha início já na primeira hora de vida do bebê e seja continuada até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva até os seis meses. Além disso, vai estimular ações integradas, transversais e intersetoriais de amamentação nos estados e municípios.

Para garantir o acesso em saúde, o Ministério da Saúde está investindo, ainda, R$ 4,8 bilhões na construção de 36 novas maternidades e 30 novos Centros de Parto Normal. Todas as unidades terão salas de amamentação. As obras acontecem com recursos do Novo PAC Saúde e vão beneficiar cerca de 30 milhões de mulheres.Foto: Rafael Nascimento/MS

Meta é chegar a 70% de aleitamento exclusivo até 2030

O Brasil vem evoluindo nas taxas de amamentação ao longo das décadas, mas ainda está abaixo do recomendado. A prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses no país foi de 45,8%, segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) publicado em 2021. Representa um avanço relevante em cerca de três décadas – pois o percentual era de 3% em 1986.

Na década de 70, as crianças brasileiras eram amamentadas, em média, por dois meses e meio. Agora, a duração média é de 16 meses, o equivalente a 1 ano e quatro meses de vida.

A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, até 2025, pelo menos 50% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas exclusivamente. E a expectativa é que esse índice, até 2030, chegue a 70%.

O Ministério da Saúde reitera que a amamentação é a forma de proteção mais econômica e eficaz para redução da morbimortalidade infantil, com grande impacto na saúde da criança, diminuindo a ocorrência de diarreias, afecções perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos. Ao mesmo tempo, traz inúmeros benefícios para a saúde da mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário.

Assista à transmissão ao vivo

Ministério da Saúde

Leonidas Amorim
Leonidas Amorimhttps://portalcidadeluz.com.br
Acompanhe nossa coluna no Portal Cidade Luz e fique por dentro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais emite alerta de risco de queimadas no Piauí para os próximos dias

Os dados mais recentes do Inpe apontam a presença de mais de 1.400 focos de queimadas no estado. O Instituto...

Pesquisa Quaest aponta que oito em cada dez menções à PEC da Blindagem nas redes são negativas

Proposta devolve ao Congresso a responsabilidade de abrir ou não inquéritos mirando parlamentares Pesquisa do instituto Quaest divulgada neste sábado,...

Piauí enfrenta estiagem severa com 126 municípios em emergência e déficit de 40% nas chuvas

O Piauí vem acumulando um período extenso de estiagem. A falta de chuvas atinge diversos municípios, principalmente aqueles situados...

Pequi, considerado o “ouro do Cerrado”, pode trazer benefícios à saúde dos rins, indicam estudos

Pesquisas recentes mostram que óleo do fruto reduz inflamação e protege tecidos renais em testes com animais No coração do...
spot_img

Vídeo de câmera de segurança auxilia investigações de incêndio no centro de Guadalupe; polícia já tem suspeito

Por Gleison Fernandes - Jornalismo da UCA. Um dia após o incêndio que atingiu a vegetação e alcançou parte da...

Wellington Dias critica aprovação da PEC da Blindagem: “A lei deve valer para todos”

Ministro revelou que o tema ainda será debatido internamente no Partido dos Trabalhadores. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social,...
spot_img

Posts Recomendados