Estudo divulgado mostrou que eficácia da CoronaVac pode aumentar de 50,7% para 62,3% quando o espaçamento entre as doses é superior a 21 dias. Governo estadual vai manter orientação de intervalo mais amplo, de 14 a 28 dias, mas prefeituras podem indicar período específico.
A campanha de imunização contra a Covid-19 no estado de São Paulo prevê um intervalo de 14 a 28 dias entre as duas doses da vacina CoronaVac. No entanto, segundo estudo divulgado pelo Instituto Butantan no último domingo, a eficácia desta vacina pode aumentar de 50,7% para 62,3% quando o intervalo entre as doses é maior, de 21 a 28 dias.
Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, o melhor esquema vacinal ocorre quando as doses são aplicadas com o intervalo máximo, de 28 dias entre elas. Ele explicou que, à medida que você espaça as doses, você ganha eficácia.
As diferentes datas causaram dúvidas na população que tomou a primeira dose e quer saber quando deve receber a segunda. Veja abaixo perguntas e respostas sobre a aplicação da CoronaVac em São Paulo:
Qual é o intervalo ideal entre as doses da CoronaVac?
O intervalo ideal é de 28 dias entre as doses, segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas. O pesquisador disse que, ainda que o intervalo possa ser de 14 a 28 dias, “à medida que você espaça as doses, você ganha eficácia”. Um estudo do Butantan mostrou que a eficácia da vacina foi de 62,3% quando houve um intervalo de 21 a 28 dias, contra 50,7% em um intervalo de até 21 dias.
Qual é o intervalo entre doses utilizado no estado de SP? E na capital?
O governo do estado de São Paulo recomenda intervalo de 14 a 28 dias entre as duas doses. As cidades do estado podem adotar diferentes prazos, dentro deste intervalo, por meio de suas secretarias municipais. A prefeitura da capital, por exemplo, orienta um intervalo de 21 dias entre as doses da CoronaVac.
O que acontece se eu perder a data marcada para retorno no cartão de vacinação?
Não há problema em receber a segunda dose da CoronaVac em uma data diferente daquela determinada no cartão de vacinação, desde que dentro do intervalo de 14 a 28 dias da primeira dose. Os postos de saúde podem orientar a pessoa a voltar na data marcada, caso ela procure o serviço antes do dia determinado no cartão, mas não podem recusar a aplicação se ela procurar o posto após a data marcada no documento.
O que acontece se se eu perder a data marcada para retorno no cartão de vacinação e o intervalo entre as doses ficar acima de 28 dias?
O governo de SP afirma que, se o prazo de 28 dias for ultrapassado, é fundamental que o cidadão procure um posto assim que possível para receber orientações e completar o esquema vacinal. Não há previsão de aplicação de uma terceira dose da vacina caso a pessoa tenha perdido o prazo.
Posso tomar a CoronaVac após receber a vacina contra a gripe?
O intervalo entre a vacina da Covid-19 e a vacina da gripe deve ser de, no mínimo, 14 dias. Portanto, se a pessoa tomar a vacina da gripe no dia 1º, deve esperar até o dia 15 para receber a vacina da gripe, ou vice-versa.
Posso tomar as duas doses da vacina da Covid-19 em postos diferentes?
A recomendação oficial é a de que o cidadão procure preferencialmente o posto onde recebeu a 1ª dose da vacina para receber a 2ª dose. Apesar disso, a pessoa pode se vacinar em outro local, se não puder comparecer no posto onde começou a imunização.
Estudo com maior intervalo
Um estudo clínico sobre a CoronaVac divulgado neste domingo (11) mostrou que a eficácia da vacina é maior do que nos resultados iniciais divulgados entre dezembro e janeiro. O estudo foi feito pelo Instituto Butantan, que produz a vacina em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
Segundo artigo científico encaminhado para revisão e publicação na revista científica “Lancet”, uma das mais respeitadas do mundo, a eficácia para casos sintomáticos de Covid-19 atingiu 50,7%, ante os 50,38% informados inicialmente. Ou seja, a vacina reduz pela metade os novos registros de contaminação em uma população vacinada.
Ainda de acordo com o estudo, a eficácia da CoronaVac pode chegar a 62,3% com um intervalo de mais de 21 dias entre as duas doses da vacina. O estudo diz, no entanto, que a eficácia mínima da vacina já aparece na segunda semana depois da primeira dose.
O índice de eficácia global aponta a capacidade do imunizante de proteger em todos os casos – sejam eles leves, moderados ou graves. O número mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é de 50%.
Por Lívia Machado e Patrícia Figueiredo, G1 SP — São Paulo