Rafael Fonteles assina exoneração do secretário de cultura Carlos Anchieta

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A saída acontece dias depois da Polícia Federal deflagrar a Operação Front Stage, que apura o desvio de recursos da Lei Aldir Blanc nos anos de 2020 e 2021, quando ele já estava à frente da pasta.

O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), exonerou o secretário Carlos Adalberto Ribeiro Anchieta do comando da Secretaria de Cultura. A portaria foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (05), logo após Anchieta anunciar a entrega do cargo.

Conforme a portaria, a advogada Ingrid Pereira da Silva irá assumir a Secretaria de Cultura de forma interina, até que um novo nome seja escolhido pelo governador.

Secretário de Estado da Cultura – Carlos Anchieta Foto: Divulgação

Secretário renunciou

Em nota publicada nas redes sociais, Carlos Anchieta declarou que renunciou ao cargo “para garantir a transparência, lisura, a fluência e a independência das investigações” que citam o nome do secretário, especialmente referente ao período em que esteve no comando da Secult.

“Para que não paire nenhuma dúvida sobre a autonomia das apurações em voga, estou renunciando ao cargo de secretário de Estado da Cultura. Assim, espero colaborar, de maneira irrestrita e incondicional, para que tudo seja devidamente esclarevido”, afirmou o agora ex-secretário.

Operação Front Stage

A Operação Front Stage deflagrada no dia 29 de agosto pela Polícia Federal, visa apurar um esquema de lavagem de dinheiro oriundo do favorecimento de agentes públicos a pessoas jurídicas, que foram agraciadas em editais culturais promovidos pela Secult e custeados com recursos da Lei Aldir Blanc.

Segundo a denúncia, alguns artistas foram contemplados apenas para dividir os recursos entre os gestores. Algumas pessoas jurídicas também teriam recebido os valores em duplicidade, por apresentarem o mesmo projeto em editais de cidades diferentes.

Foto: Divulgação/PF-PIPF e CGU combatem desvio de recursos públicos da Lei Aldir Blanc no Piauí

PF e CGU combatem desvio de recursos públicos da Lei Aldir Blanc no Piauí

Ao decorrer da investigação, foi identificado o recebimento de valores suspeitos por Carlos Anchieta, que apontam indícios de um esquema de propina ou corrupção, onde proprietários de empresas ligadas a eventos culturais ou as próprias empresas fazem os repasses, possivelmente com retorno de parte do que a empresa recebeu por desempenhar atividade contratada pela Secult.

Embora não foi possível demonstrar benefício direto do então secretário de Cultura, a PF concluiu que “em virtude do contexto e detalhes abordados, fica evidente a presença de indícios de recebimentos mensais indevidos por Carlos Adalberto Ribeiro Anchieta, aparentemente originário de entidades relacionadas a área cultural”.

Leonidas Amorim
Leonidas Amorimhttps://portalcidadeluz.com.br
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