Ministros do Governo Federal participaram de encontro em Brasília. Medidas para garantir a segurança hídrica, principalmente diante das mudanças do clima, foram debatidas
Em reunião nesta terça-feira (8.10), os membros do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) falaram sobre a importância das tecnologias sociais na defesa da segurança hídrica e os impactos da reforma agrária no Brasil. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, participou do encontro realizado em Brasília.
Durante a participação na mesa de abertura, o titular do MDS destacou que a temática “água, terra e território”, proposta pelo Consea, é fundamental para a segurança alimentar e nutricional. Ele também defendeu a importância do trabalho científico sobre o assunto.
“O crescimento social e econômico, em vários aspectos, tem a ver com a regularização da terra, em como ela é feita de forma justa, e com a segurança hídrica. Essa temática ganha ainda mais importância quando percebemos a força das mudanças climáticas”, atentou o ministro.
“Períodos chuvosos já não são mais certeza. É necessário ter segurança hídrica para a produção animal, para se garantir as condições de se trabalhar. Ao mesmo tempo, à medida que se tem a garantia da titularidade da terra, se garante um treinamento para se ter uma qualidade de vida”, explicou Wellington Dias.
A presidente do Consea, Elisabetta Recine, destacou que a discussão é uma conquista para a sociedade. “São muitos anos até tornar essa uma agenda da sociedade brasileira, para que ela compreenda que a partir da garantia de território de terra, estamos conquistando um outro patamar de civilidade e de condições de vida”, pontuou.
Trabalho integrado
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, também participou da mesa de abertura e falou sobre o papel decisivo do debate. “Nós estamos há muito tempo nesse processo de luta pela reforma agrária. Estamos vivendo um avanço importante. Quando se pensa coletivamente, a chance de acerto é muito maior do que quando as coisas são feitas de forma isolada”, declarou.
A segurança alimentar e a produção de alimentos saudáveis foram pautas destacadas pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Nesse sentido, o titular do MDA também falou sobre a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
“A compra direta do PAA leva alimento de qualidade lá no quilombo, lá na comunidade indígena, nos hospitais, nas escolas. Nós também estamos trazendo as universidades federais para ajudarem na formação de novas diretrizes”, afirmou.
Para a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, a participação da pasta no Consea reafirma o compromisso de combater a fome no Brasil. “A fome em nosso país tem cor, tem território e muitas vezes estamos lutando pelo nosso direito de existir e por nossa existência”, declarou.
“Nossa terra, nosso território, nossa forma de nos relacionarmos com o sagrado são indivisíveis, bem como os direitos humanos são indivisíveis. Nossa luta, em última instancia, é por liberdade, por democracia por igualdade”, concluiu Macaé Evaristo.
Ao lado do ministro Wellington Dias, também participaram da reunião do Consea pelo MDS a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, e a secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome, Valéria Burity.