Informações vieram à tona após Alexandre de Moraes derrubar sigilo de delação premiada
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e seu pai repassaram US$ 86 mil (cerca de R$ 489 mil) em dinheiro vivo para Bolsonaro pela venda de relógios e joias recebidos como presentes de autoridades estrangeiras enquanto ele era presidente do Brasil.
Em delação premiada, Cid disse à Polícia Federal (PF) que o kit de joias Chopard, dado pela Arábia Saudita em 2019, foi vendido por US$ 18 mil, em Miami, em 2022.
Já os relógios, um da marca Rolex e outro da Patek Philippe, foram vendidos por US$ 68 mil, também nos Estados Unidos, e repassados a Bolsonaro com ajuda do pai de Mauro Cid, o general Mauro Cesar de Lourena Cid.

Os valores foram repassados ao ex-presidente de forma fracionada (US$ 18 mil, US$ 30 mil, US$ 10 mil, US$ 20 mil e US$ 8 mil) entre 2022 e 2023. No depoimento, Cid disse que não há registro da venda dos bens, e que usou o dinheiro para pagar os custos que teve com passagens aéreas e aluguel de carro durante o processo de venda.
O acordo de delação com o ex-ajudante de ordens, firmado em 2024, teve o sigilo quebrado nesta quarta-feira (19) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A decisão foi tomada horas depois da apresentação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Por Yumi Kuwano – SBTNEWS