Republicano se tornou nesta quarta o primeiro presidente americano a sofrer dois impeachments. Ao contrário do processo anterior, desta vez dez membros de seu próprio partido votaram a favor de retirá-lo do cargo.
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou o impeachment do presidente Donald Trump nesta quarta-feira (13). O resultado já era esperado, uma vez que a Casa tem maioria democrata.
Agora, o afastamento definitivo de Trump depende do Senado, onde são necessários dois terços dos votos. Como o Senado está em recesso e Trump deixa o cargo no próximo dia 20, a definição não tem data para acontecer. Foram 231 votos a favor do impeachment e 197 votos contra.
O pedido formal de abertura do processo foi apresentado na segunda-feira (11) e colocou Trump, pela segunda vez em seu mandato — e a sete dias de sair da Casa Branca — sob o risco de ser removido do cargo.
A acusação foi apresentada após a recusa do vice-presidente Mike Pence de invocar a 25ª Emenda, que poderia resultar na remoção imediata de Trump do cargo por incapacidade de governo. A invasão ao Capitólio aconteceu em meio à sessão que confirmaria, formalmente, a vitória de Biden na eleição presidencial de 2020 e deixou cinco mortos.
É a primeira vez na história dos EUA em que um presidente é submetido a dois processos de impeachment — no primeiro deles, Trump foi condenado na Câmara e absolvido no Senado, de maioria republicana. A diferença agora é que, após a invasão do Capitólio, senadores republicanos anunciaram o rompimento com o presidente.
A bancada democrata da Câmara, que assinou o pedido, acusou Trump formalmente de “incitação à insurreição”, em referência à invasão do Capitólio na semana passada. O texto afirma que Trump teria “cometido crimes graves e contravenções ao incitar a violência contra o governo dos Estados Unidos” e aponta também que a 14ª Emenda da constituição do país impede qualquer pessoa que se envolva em “insurreição ou rebelião” de ocupar um cargo público no país.
O pedido de impeachment retoma alguns dos atos praticados por Trump desde a eleição presidencial. “Trump repetidamente emitiu declarações falsas de que os resultados da eleição presidencial eram produto de uma fraude ampla e não deveriam ser aceitos pelo povo americano ou reconhecidos por autoridades estaduais ou federais.”
O pedido também cita uma ligação feita pelo presidente norte-americano ao secretário de estado da Geórgia, Brad Raffensperger, na qual pediu que ele “encontrasse” votos suficientes para virar o resultado da eleição no estado.
“O Presidente Trump ameaçou gravemente a segurança dos Estados Unidos e suas instituições de governo. Ele ameaçou a integridade do sistema democrático, interferiu na transição de poder pacífica e colocou em risco um braço do governo. Assim, traiu seu compromisso enquanto Presidente, resultando em danos causados à população dos Estados Unidos”, completa o documento.
Com informações da Reuters e da CNN.