São 96 indígenas da etnia waurau, da Venezuela, que estão em três abrigos em Teresina e ficam pedindo de esmola, com crianças na capital piauiense.
Comissão da Acnuh, a Agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para Migração e Refúgio e os técnicos do Ministério da Cidadania chegarão , de Brasília, em Teresina , nesta quarta-feira (5 de junho) em Teresina para acompanharem a situação de 96 indígenas da etnia waurau , da Venezuela, que estão em três abrigos em Teresina e ficam pedindo de esmola, com crianças na capital piauiense.
Mauricéia Carneiro, secretária executiva municipal de Assistência Social e Políticas Integradas, afirmou que são 96 indígenas , sendo 48 adultos e 45 crianças e crianças.
Segundo ela, os índios da Venezuela começaram a chegar em Teresina no dia 12 de maio e entraram no Brasil pelo estado de Roraima, depois seguiram para Belém (PA), depois seguiram para São Luís (MA) e vieram para Teresina.
“Os técnicos do Ministério da Cidadania afirmaram que Teresina não faz parte da rota migratória. Os indígenas da Venezuela informaram que saíram de São Luís (MA) porque as autoridades não deixaram que usassem as crianças na mendicância nas ruas” , falou Mauricéia Carneiro.
Ela informou que Teresina é uma passagem migratória para os indígenas venezuelanos , que querem chegar na Argentina.
Adonias Moura, O secretário regional das Cáritas, da Arquidiocese de Teresina, afirmou que os indígenas estão abrigados em locais insalubres , com paredes energizadas com possibilidade de choques elétricos e crianças com pneumonia.
“Temos ter que cuidado porque houve casos de morte de crianças em Belém”, afirmou Adonias Moura.
A defensora pública estadual Patrícia Monte disse que a mendicância com crianças é proibida por lei no Brasil e no caso dos venezuelanos é de refugiados e é preciso um esforço da Prefeitura de Teresina e Governo do Estado para que os migrantes sejam amparados.
Socorro Arraes, Conselho Tutelar, disse que as crianças e adolescentes estão em abrigos insalubres, com adultos, em pequenos quartos com muita gente, com febre e gripe.
A juíza da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Maria Luiza Freitas, afirmou que realizou na tarde de sexta-feira (31) uma audiência pública com as instituições públicas estaduais , municipais e organizações não-governamentais para que seja dada uma resposta para que os migrantes venezuelanos sejam tratados como refugiados de seu país e migraram por causa da fome e da situação política.
Maria Luíza Freitas disse que deu o prazo de cinco dias para que os órgãos do Governo do Estado e da Prefeitura de Teresina aponte que soluções serão oferecidas para que os refugiados venezuelanos tenham condições dignas , principalmente porque entre eles existem muitas crianças.
Efrém Ribeiro/Meio Norte