Deputado capixaba usa tribuna para ‘encomendar’ crime

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

O Capitão Assumção (PSL) ofereceu R$ 10 mil para quem matar o responsável pelo assassinato de uma mulher no Espírito Santo.

O deputado estadual Capitão Assunção (PSL) ofereceu R$ 10 mil para quem matar o responsável pelo assassinato a tiros de uma mulher de 25 anos na frente da filha, na madrugada desta quinta-feira, 12, em Cariacica, no Espírito Santo.

© Divulgação

“Quero ver quem é que vai correr atrás para prender esse vagabundo”, disse, enquanto apontava para uma foto da mulher assassinada reproduzida no telão do plenário da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) no mesmo dia do crime. “Dez mil reais do meu bolso para quem mandar matar esse vagabundo. Ele não merece estar vivo, não.”

Na quinta, ele postou um vídeo nas suas redes sociais para responder à repercussão de sua fala no plenário. “Meia dúzia de mimizentos estão magoadinhos porque ofereci 10 mil reais pela cabeça de um bandido. Matou uma jovem e não merecia estar vivo”, afirmou.

No vídeo, ele faz referência a ameaças que teria sofrido. “Dei aquela declaração e a bandidagem disse que iria partir para cima. Olha aqui o que está aguardando você, vagabundo”, fala enquanto tira um revólver da cintura. “Parte para cima, parte.”

Para o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em Direitos Humanos e Segurança Pública, a conduta do parlamentar é “criminosa” e se enquadra na prática de incitação pública de crimes, prevista no código penal, e cuja pena chega a seis meses de detenção, mais multa.

“Ele está incitando extermínios e linchamentos. Se alguém cometer o homicídio em razão desse incentivo, da incitação, o parlamentar pode responder pelo homicídio como mandante do assassinato. O mandante também responde, junto com o executor”, afirmou. “Ele está pregando a barbárie, a vingança, o ‘olho por olho e dente por dente’, o que configura total quebra de decoro e deveria sofrer processo de perda do mandato parlamentar”, explica.

O Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) informou que “analisa o teor das declarações do parlamentar para futura manifestação”. Já Flávia Brandão, diretora de Direitos Humanos da seção regional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES) considerou as declarações “um grave retrocesso”.

Com informações Jornal O Estado de S. Paulo

Leonidas Amorim
Leonidas Amorimhttps://portalcidadeluz.com.br
Acompanhe nossa coluna no Portal Cidade Luz e fique por dentro.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Posts Recentes

Rafael Fonteles destaca a importância de investimentos na primeira infância

"Se houvesse uma restrição orçamentária e tivéssemos que optar por onde investir, a primeira opção seria na primeira infância",...

Salas Lilás vão atender mulheres vítimas de violência no interior

Estrutura prevê acolhimento humanizado e especializado O governo federal lançou nesta terça-feira (25) uma política nacional para padronizar, criar e expandir...

Ex-presidente Jair Bolsonaro diz que STF fez manobra para julgá-lo na 1ª turma

Ex-presidente entende que deveria ser julgado pelo plenário, onde votam os 11 ministros, e não só os 5 da...

Câmara aprova projeto que limita acesso dos pais a dinheiro dos filhos; ‘Lei Larissa Manoela’

Proposta foi protocolada um dia depois da entrevista exclusiva da atriz e cantora Larissa Manoela ao Fantástico. Ela revelou...
spot_img

Prefeitura de Guadalupe lança concurso público com mais de 190 vagas; veja o edital

Por Gleison Fernandes - Jornalismo da UCA. A Prefeitura de Guadalupe anunciou a abertura de um novo concurso público após...

Médicos consideraram interromper tratamento do Papa Francisco durante internação e deixá-lo morrer

Sergio Alfieri, que comandou a equipe médica, disse que duas crises graves aconteceram no dia 28 de fevereiro e...
spot_img

Posts Recomendados