Plataformas permitem criar site ou app sem saber programação

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“Os custos variam muito, mas a maioria das plataformas oferece opções gratuitas, deixando os usuários testarem”.

Depois de muitos anos trabalhando com marketing e administração, Adriana Barbosa migrou para o ramo de imóveis. Há quatro anos, ela fundou uma imobiliária digital no Rio. Descobriu, então, que os preços de casas, apartamentos e salas comerciais em anúncios eram irreais. As transações sempre ficavam muito fora dos valores efetivamente pagos, pois o valor médio do metro quadrado no Rio era calculado por estimativas de preços longe da realidade. Foi aí que teve a ideia de desenvolver um aplicativo que mostrasse em poucos segundos o quanto vale um imóvel. Com um detalhe: ela mesma criou o app, mesmo sem nenhuma noção de programação.

O desenvolvimento da plataforma foi possível porque Adriana utilizou uma das diversas plataformas de no-code existentes no mercado. A proposta desses ambientes virtuais é permitir que até pessoas sem conhecimento sobre como programar desenvolvam sites, apps ou até mesmo jogos eletrônicos.

Businessman pressing colorful mobile app icons with bokeh background

“É um modelo de desenvolvimento baseado em ferramentas visuais, não textuais. Em vez de usar códigos, ter de codificar e aprender linguagens, você entra em interfaces que dão alguns blocos prontos, e pode montar funcionalidades”, explica Mario Campello, fundador da Codenuts, uma das maiores empresas de desenvolvimento no-code do Brasil.

“É simples de começar, mas a partir do momento que você começa a perceber as funcionalidades e possibilidades, é sempre interessante se aprofundar e aprender um pouco mais”, acrescenta ele.

Treino

Adriana diz que passou por “treinamento intensivo” por meio de videochamadas durante cerca de três meses. “Conversei com muita gente sobre como desenvolver o aplicativo, do técnico do celular ao rapaz que arruma o computador da família. Até que um especialista em tecnologia me disse: ‘não vou fazer pra você, vou ensinar a fazer’. E outra amiga me ajudou com as fórmulas (para cálculos dos imóveis)”, conta Adriana. “Abri uma janelinha para algo que eu não conhecia.”

Após aprender – e a criar seu próprio app -, Adriana foi atrás das informações que a motivaram a desenvolver a ferramenta: descobrir o preço real dos imóveis do Rio. Para isso, buscou junto ao banco de dados da prefeitura os valores das transações de todos os imóveis na cidade nos últimos dez anos, incluindo a variação de preços nas diferentes épocas. Isso incluiu o boom que se viu antes dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, e também a crise que veio depois.

Foi assim que surgiu o RioM², disponível gratuitamente para celulares que usam os sistemas da Apple e Android. Intuitivo, o app informa em poucos toques, e sem necessidade de cadastro prévio, qual o valor real de imóveis de qualquer parte do Rio.

Novas portas

Segundo Campello, plataformas no-code abrem inúmeras possibilidades. É possível aprender a usá-las para negócios – e ganhar muito dinheiro com isso -, ou simplesmente como hobby. “Existem diversas plataformas de no-code, com diversos tipos de objetivos. Você pode fazer chatbot (ferramenta online que orienta e responde perguntas básicas para que o consumidor não precise falar com um atendente), site, aplicativo, uma infinidade de coisas. Essas plataformas são das mais básicas, em que você consegue fazer algo muito rápido, já pré-customizado, até outras mais avançadas, com certo tipo de complexidade”, indica.

Outro ponto interessante é que as versões básicas são de graça. “Os custos variam muito, mas a maioria das plataformas oferece opções gratuitas, deixando os usuários testarem”, acrescenta Campello.

Foi o caso de Adriana, que aprendeu a desenvolver na versão sem custos, e depois passou a investir, junto com o sócio, na versão paga. “Não é um movimento, tendência. É uma realidade. A cada dia mais, é importante que pessoas comuns consigam projetar suas ideias de forma escalar”, afirma ele. “Além de ser útil e dar dinheiro, é super divertido trabalhar com isso.”

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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