O fotógrafo belga Yves Adams foi o responsável por capturar a imagem rara (talvez, única) de um pinguim-rei sem pigmentação.
Um pinguim-rei com a penugem amarela, bem diferente da tradicional preta e branca com toques dourados da espécie, foi registrado em meio a milhares de outros pinguins em uma ilha do Atlântico Sul pelo fotógrafo belga Yves Adams.
Raríssima, a cor do pinguim registrado pelas lentes de Adams pode estar ligada ao leucismo, de acordo com o veterinário brasileiro Ralph Vanstreels, coordenador científico do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram).
“Essa palidez generalizada sugere que esse pinguim possui alguma desordem genética relacionada à produção ou ativação da melanina, que é o pigmento que dá a coloração negra às penas dos pinguins. Por outro lado, é interessante notar que a produção de spheniscinas, que são os pigmentos que dão a cor amarelada às penas dos pinguins, não parece ter sido afetada”, diz o especialista.
Leucismo x Albinismo
O que diferencia o leucismo do albinismo total é a cor dos olhos. No albinismo os animais possuem despigmentação da retina e, por consequência, os olhos avermelhados. No leucismo a cor da retina é preservada.
Vanstreels aponta ainda que a coloração desse animal, que parece fascinante aos olhos humanos, pode ser ainda mais extraordinária aos olhos de outros animais.
“Vale notar que as spheniscinas refletem a luz ultravioleta (algo que nossos olhos não percebem, mas que as aves conseguem enxergar), então é provável que a plumagem desse pinguim seja ainda mais impressionante aos olhos dos demais pinguins do que aos nossos”, explica.
Por ser um caso único em uma multidão de pinguins, Vanstreels avalia que a mutação não é resultado de nenhuma interferência do ambiente sobre o código genético do animal, mas, sim, uma mutação aleatória.
“Essas anormalidades de coloração acontecem esporadicamente na natureza, tanto em pinguins quanto em outros animais, concluiu o veterinário.
Loteria
Diante de uma rara cena, Yves Adams disse que “ganhou na loteria” quando a natureza colocou diante da sua lente “o mais belo pinguim-rei” de rara coloração.
“Em uma praia remota na ilha da Geórgia do Sul, este pinguim-rei leucístico veio direto em nossa direção, no meio de um caos, cheio de elefantes marinhos, focas e milhares de outros pinguins-reis”, escreveu o fotógrafo em um post no seu Instagram.
Raphael Coraccini, colaboração para a CNN