Mãe assumiu autoria do crime sozinha e defesa sustenta que irmão não esteve envolvido no crime. Polícia Civil contesta e diz que negativa é “estratégia” da defesa.
A Polícia Civil do Piauí divulgou um vídeo animação e questionou a versão da defesa do jornalista e advogado João Paulo Mourão, acusado de matar a irmã, a advogada Izadora Mourão, 41 anos. A defesa sustenta que o acusado não teve participação.
Izadora foi assassinada com nove facadas em seu quarto, em Pedro II, Norte do Piauí, em 13 de fevereiro deste ano. O vídeo produzido pela polícia indica que João Paulo e a mãe, Maria Nerci, atuaram juntos no assassinato.
Nas imagens simuladas, a animação mostra que João Paulo usou uma faca para golpear a irmã enquanto estava em pé ao lado dela, que estava deitada na cama. A mãe estaria ao lado dele. Ferida, a advogada caiu no chão ao lado da cama, onde morreu.
Já a defesa, feita pela advogada Esmaela Macedo, afirma que apenas a mãe matou Izadora.
“Estratégia da defesa”, diz delegado
O coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, disse que o crime foi premeditado e que a negativa da participação de João Paulo é uma estratégia, já que a mãe possui mais de 70 anos e, se condenada, deve ter a pena reduzida em função da idade, conforme previsto no código penal.
Ele declarou ainda que a perícia indicou a participação dos dois, considerando a altura do agressor e a posição em que os golpes foram aplicados.
“Essa foi uma estratégia da defesa. Qualquer criminoso merece ampla defesa e contraditório, mas a Polícia Civil fez um trabalho brilhante, com provas materiais e testemunhais robustas. Temos um verdadeiro encadeamento do crime praticado pelo João Paulo, que foi autor material, ele que agiu, matou alguém auxiliado pela mãe dele. Contra provas não há argumentos”, declarou o delegado.
A mãe assumiu sozinha a autoria do crime durante audiência de instrução do caso, no dia 23 de junho, segundo a defesa. Apesar de ter confessado, não foi indicado o que motivou o assassinato.
Após a audiência, a Justiça tem dez dias para decidir se os dois irão ou não responder pelo crime diante do tribunal popular do júri, que julga crimes contra a vida.