Lucélia Maria ficou presa por cinco meses como suspeita de dar cajus envenenados a irmãos em Parnaíba. Laudo que apontou que não havia veneno nas frutas saiu na quinta-feira (9).
O secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, se pronunciou nas redes sociais na noite desta segunda-feira (13) a respeito da reviravolta no caso dos irmãos que morreram envenenados no ano passado. Ele explicou a razão da demora na emissão do laudo pericial dos cajus que teriam sido consumidos pelas crianças – até então, a tese defendida pela polícia era de que Lucélia Maria da Conceição, vizinha de João Miguel e Ulisses, teria dado a eles as frutas envenenadas.
Chico Lucas afirmou que a análise das frutas coletadas na investigação carecia de reagentes químicos importados, que chegaram ao Piauí somente em dezembro.
“Quando assumi a Secretaria de Segurança Pública, o Piauí enfrentava o desafio da ausência de um laboratório de toxicologia. Em 2024, inauguramos o laboratório, e o caso dos cajus, em Parnaíba, foi o primeiro a contar com exames realizados localmente. No entanto, a análise exigiu reagentes químicos importados, que só chegaram em dezembro, o que prolongou o processo pericial”, declarou o secretário.
“Investigação policial não é leviana”
O chefe da SSP ressaltou que a investigação conduzida pela Polícia Civil do Piauí não foi leviana. “A prova técnica que libertou Lucélia Maria foi produzida pela Polícia Civil, reforçando nosso compromisso com a verdade e o devido processo legal, mesmo diante de possíveis erros. A investigação policial não é leviana, mas conduzida com responsabilidade e ética”, frisou.
Relembre o caso
Os irmãos Ulisses Gabriel da Silva e João Miguel da Silva foram hospitalizados no dia 22 de agosto do ano passado, com suspeita de envenenamento. Lucélia Maria, vizinha das crianças, foi presa um dia depois, apontada como principal suspeita após a Polícia Civil ter encontrado na sua casa o mesmo veneno detectado no organismo dos meninos. João Miguel morreu no dia 28 de agosto e Ulisses Gabriel faleceu no dia 10 de novembro. Eles eram filhos de Francisca Maria da Silva, que morreu envenenada com mais dois filhos e um irmão no início deste ano, após comerem um arroz envenenado em casa, em Parnaíba. O principal suspeito do envenenamento é Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto de Francisca, que morava na mesma residência.