Conselho da Petrobras aprova José Mauro Coelho como novo presidente da estatal

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Em reunião nesta quinta-feira (14), o conselho de administração da Petrobras aprovou a nomeação de José Mauro Coelho à presidência da estatal.

Para substituir o general Joaquim Silva e Luna, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) após o mega-aumento nos preços dos combustíveis, em março.

A aprovação pelo colegiado é a última etapa no processo de nomeação e o executivo tomará posse na tarde desta quinta, em cerimônia interna sem a presença da imprensa. Na quarta (13), ele havia sido aprovado para integrar o conselho da companhia.

Ex-secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME (Ministério de Minas e Energia), o novo presidente da Petrobras terá o desafio de equilibrar as pressões contra a política de preços dos combustíveis e as regras de governança da companhia, reforçadas nos últimos anos para reduzir o risco de ingerência política.

Com a escalada dos preços do petróleo após o fim da pandemia, a gestão da Petrobras passou a ser alvo não só da oposição, mas também de Bolsonaro e aliados. A situação se agravou com o início da guerra da Ucrânia, que levou o valor do barril para perto do recorde estabelecido em 2008.

Seu antecessor foi demitido após permitir o repasse dessa alta aos preços internos, autorizando aumentos de 24,9% no preço do diesel, 18,8% no preço da gasolina e 16,1% no preço do gás de cozinha na segunda semana de março.

Com o repasse dos mega-aumentos às bombas, os preços finais dos três produtos atingiram valores recordes desde que a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) começou sua pesquisa semanal nos postos, em 2004.

A autorização dos aumentos às vésperas da aprovação de lei que permite a redução dos impostos sobre combustíveis gerou irritação em Bolsonaro, azedando de vez as relações do Palácio do Planalto com o comando da Petrobras.

Desconfortável com a maneira como foi demitido, Silva e Luna saiu em defesa da política de alinhamento dos preços internos às cotações internacionais e afirmou que “não há espaço para aventureiros” na estatal.

Coelho foi a segunda opção do governo para o cargo em meio a um conturbado processo que envolveu a recusa do primeiro escolhido, Adriano Pires, após questionamentos sobre conflito de interesses, e consultas frustradas a outros executivos do setor.

Há 14 anos atuando na área energética do governo, ele já defendeu em entrevistas o alinhamento dos preços dos combustíveis às cotações internacionais como fundamental para garantir o abastecimento do país, importador de diesel e gasolina.

Na assembleia desta quarta, além de seu nome, os acionistas aprovaram o indicado do governo para comandar o conselho de administração da Petrobras, Márcio Weber, que já ocupava uma vaga no colegiado.

O encontro teve uma amostra das dificuldades que os dois enfrentarão: mas de dois meses depois de iniciar discussões sobre a reforma do estatuto da companhia, o MME pediu a retirada do tema da pauta da assembleia, alegando que não havia tido tempo para apreciar a matéria.

A reforma ajudaria a reforçar a estrutura de governança da empresa, dando ao conselho de administração mais força para evitar ingerências em temas como a política de responsabilidade social e a nomeação ou destituição do diretor de Governança.

O ministério defendeu que a empresa não cumpriu o rito para esse tipo de proposta, mas a afirmação foi contestada pelo diretor de Governança da estatal, Salvador Dahan, que enumerou reuniões e encontros com ministérios para debater o tema.

Investidores privados criticaram a interferência do governo e ameaçaram reclamação à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) por abuso de poder de voto – com posição de controle, o governo contou apenas com seu voto para retirar o tema da pauta à revelia dos minoritários.

Na nota em que comunicou a aprovação de Coelho pelo conselho, a Petrobras agradeceu a Silva e Luna por sua “liderança, dedicação e contribuição” na presidência da companhia, em gestão pautada pela consolidação dos mecanismos de governança e conformidade.

Nesse período, diz o texto, a Petrobras “consolidou sua posição financeira se tornando uma empresa forte e saudável, para que pudesse desempenhar seu papel social de investir, gerar empregos, pagar tributos, retornar dividendos aos acionistas, incluindo a União, e contribuir para o desenvolvimento do país”.

INDICADOS PELO GOVERNO

Márcio Andrade Weber (presidente do conselho)
José Mauro Ferreira Coelho (indicado para presidir a companhia)
Luiz Henrique Caroli
Murilo Marroquim de Souza
Ruy Flaks Schneider
Sonia Julia Sulzbeck Villalobos

INDICADOS PELOS MINORITÁRIOS

Francisco Petros, indicado por acionistas representados pelos Magnus Barbagallo Gomes de Souza e Hassan Jorge Mourani Filho

Marcelo Mesquita de Siqueira Filho, indicado por acionistas representados pelos gestores Navi Capital, Távola Capital, Kapitalo Investimentos e Kapitalo Ciclo Gestora de Recursos

José João Abdalla Filho, indicado por fundos administrados pelo Banco Clássico

Marcelo Gasparino da Silva, indicado por fundos administrados pelo Banco Clássico

Com informações do Folhapress

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