Por Gleison Fernandes – Jornalismo da UCA.
O Piauí já registrou mais de 4,5 mil focos de incêndios em 2025. Embora o número seja elevado e evidencie a pressão sobre o bioma Cerrado, o estado apresentou, pela primeira vez neste ano, um dado positivo: houve redução de 3% em relação ao mesmo período de 2024, segundo informações da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).

O resultado é atribuído ao fortalecimento da rede estadual de prevenção e resposta rápida. Atualmente, 108 brigadas municipais — com mais de 1,5 mil brigadistas treinados e equipados — atuam em diversas regiões do Piauí, sob coordenação da Semarh. A estratégia inclui o uso de uma sala de monitoramento que acompanha, em tempo real, os dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), permitindo uma distribuição mais eficiente das equipes e um combate mais ágil às queimadas.
Apesar do avanço, os dados revelam que o desafio continua grande. Uruçuí, no sul do estado, figura entre os dez municípios com mais focos de incêndios do Brasil em 2025. Entre janeiro e 15 de setembro, foram contabilizados 471 focos no município, que ocupa a sétima posição no ranking nacional. O primeiro lugar é de Colniza (MT), com 869 ocorrências no mesmo período.
Especialistas ressaltam que a queda nos registros representa um alívio momentâneo, mas não significa que o risco tenha diminuído. O pico da seca ainda não passou, e a combinação de altas temperaturas, ventos fortes e baixa umidade mantém o estado em alerta vermelho. Por isso, a portaria estadual que proíbe o uso do fogo em áreas rurais e florestais foi prorrogada por mais 30 dias.
O balanço parcial indica que o Piauí começa a mudar a curva das queimadas, mas a batalha está longe do fim. O que está em jogo não são apenas números: é a preservação de vidas, da biodiversidade e do patrimônio natural do estado.







